quarta-feira, 11 de março de 2009

MEU NETO ARTHUR

Eu estava trabalhando no computador e senti uma presençazinha silenciosa atrás da minha cadeira giratória. Era ele. Tinha pegado o meu celular.
Virei-me e perguntei: “O que quer o gurizinho do vovô?”
Ele me alcançou o celular e eu lhe disse:
“O vovô não vai falar no celular”.
Ele recolocou o celular em cima do sofá e ficou me olhando.
Arthur está com um aninho e dois meses aproximadamente. É uma criança calminha, não chora nem incomoda. Apenas gosta de mexer nas coisas. E por causa disso já apertou o dedinho indicador da mão direita numa porta de armário.
Esta é uma idade maravilhosa, quando começam a surgir os primeiros dentinhos e as crianças estão aprendendo a balbuciar algumas palavras. O que mais aprecio nesta fase é o silêncio, quando o gesto, o olhar e o sorriso substituem as palavras. E o meu neto tem um modo de olhar e de sorrir que diz muito mais do que as palavras; é como ele se comunica com seus avós, com seu pai e sua mãe. Ele sabe ser meigo e carinhoso com o sorriso e o olhar. E tem uma curiosidade que o faz mexer em tudo, tentando descobrir o que está por trás das coisas e objetos. Mas isto só acontece em casa. Quando está em outros lugares não mexe em nada. Apenas sente vontade de tocar, coloca a ponta do dedinho indicador na palma da mão e olha para os adultos como a perguntar: “Posso mexer nisso?” E só mexe se lhe autorizam.
Já observei que ele gosta dos animais, das plantas e da natureza, quando sorri para as árvores, para as folhagens movidas pelo vento, para as flores, gatos, cães, pombas, borboletas e passarinhos. E adora brincar e resmungar com uma gatinha gris, de verdade, que ganhou do pai dele. Ele e a gatinha gostam muito um do outro.
Como ele ainda não tem a sua turminha, ao ver outras crianças procura se aproximar, principalmente das menininhas, com as quais se mostra afetuoso, como é o caso de uma amiguinha de sua idade que gosta de se saracotear quando ouve música. Talvez influenciado por essa amiguinha, ele também começa a se sacudir, apoiando-se ora num pezinho ora noutro, acompanhando o ritmo e balbuciando alguma cantigazinha, por ele inventada, em seu linguajar.
Esse é o meu neto Arthur, filho do Germano e da Waleska.

(Luciano Machado)