sábado, 19 de junho de 2010

AGENDA LITERÁRIA CAPOSAN

Depois de publicar sete antologias literárias, este ano a CAPOSAN, Casa do Poeta Santanense, pretende publicar uma agenda literária (PRIMEIRA AGENDA POÉTICA INTERNACIONAL) com pequenos poemas em cada página e, nas páginas iniciais de cada mês, poemas maiores sobre um fundo que represente uma obra de arte, para o que convida poetas, escritores e artistas de Santana do Livramento e Rivera.
Para quem estiver interessado, o custo de cada participante, por poemas curtos (máximo de 5 versos ou 5 linhas) , será de R$ 20,00 (vinte reais) por poema, podendo cada autor participar com tantos poemetos quantos desejar.
Também serão disponibilizados espaços em cores para a divulgação de obras de arte, podendo ser nas capas (R$200,00) ou nas páginas internas, início de cada mês, R$ 100,00 por obra publicada. As despesas de remessa serão por conta do participante.
O lançamento da Agenda (para o ano de 2011) está previsto para o mês de OUTUBRO DE 2010, e a data limite para a entrega dos trabalhos vai até 30 DE JULHO DE 2010.
Os textos poderão ser enviados por E-MAIL ou entregues diretamente, junto com o comprovante de depósito bancário para AMARINA PRADO – Rua Conde de Porto Alegre, 1194 – CEP 97573-580.
A conta para depósito é: CAIXA ECONÕMICA FEDERAL
Agência 0505 013 – CC 00076169-6 – em nome de Conceição Amarina Haigert Prado.
Cada participante receberá 1 agenda por trabalho publicado, sendo que poderão ser encomendadas agendas avulsas ao custo de R$ 20,00 cada.
Os interessados em divulgar seus poemas e obras de arte (capa e página inicial de cada mês) poderão entrar em contato direto com a organização da referida agenda: E-mail c.prado@brturbo.com.br fones (55) 3243 6936 (55) 91167809 e (55) 8441 2815 – c/ Amarina ou (55) 3244 3316 c/ Marili.

(Luciano Machado)

domingo, 13 de junho de 2010

O FUTEBOL COMO FATOR DE MASSIFICAÇÃO E ALIENAÇÃO

Enquanto ouvia o noticiário sobre a Copa na África, me ocorreu escrever sobre um assunto que há muito tempo vinha mentalmente alinhavando.
Não é pelo fato de não me chamar a atenção que digo que o futebol como espetáculo é um dos fatores de massificação e de alienação das pessoas, desviando sua atenção de questões mais sérias, como, por exemplo, estar atento ao que acontece nos bastidores da política de sua cidade ou do seu país.
Embora conheça pessoas que apesar de apreciarem o futebol não dão prioridade a ele e não descuidam de outras questões de importância em sua vida profissional, política, econômica e social, acho que o futebol tem o poder de estragar o dia e influenciar no comportamento dos indivíduos, e aqui me refiro também aos jogadores que diante do prestígio e do poder se deixam afetar em sua personalidade.
Em função do futebol, sérios desentendimentos pessoais, discussões e crimes têm acontecido a partir de simples brincadeiras, como piadas, flautas e ironias. E acredito que muita gente até hoje queira a cabeça do Galvão Bueno pela natureza debochada e deselegante de alguns comentários seus em relação a povos e países.
O futebol traz consigo rancores e vícios, como o alcoolismo, não dos jogadores, mas por parte dos torcedores que adoram comemorar com uma bebedeira as vitórias do seu time. E daí para uma tragédia é um passo. Quantas brigas entre torcidas e invasões de campo têm acontecido com trágicas conseqüências ...
Quando se diz que o esporte é sadio, fala-se na sua prática saudável, seja ele físico ou intelectual, como o próprio futebol, as corridas, o tênis, o xadrez, etc.
O mal não está na prática esportiva do futebol, mas em se deixar fanatizar por ele, a ponto de encher a cara e ficar de mau humor, odiar o Maradona e os argentinos, insultar as outras pessoas, ou até partir para a agressão física ou o homicídio em alguns casos.
Acho saudáveis, por exemplo, as peladas, com ou sem trocadilhos, desde a infância, como era o caso da minha geração, quando jogávamos na areia de pés descalços com bolas de pano, ou mesmo hoje as peladas de fim de semana, como exercício físico, lazer e entretenimento.
Mas deixar-se influenciar a ponto de vir a se interessar pela vida pessoal dos jogadores, saber quanto ganham, ficar aflito ou triste porque soube que um deles teve um problema no joelho ou uma unha encravada, não dormir em função da derrota do seu time, encher a cara, passar o dia de mau humor, adoecer, cometer atos inadmissíveis em sua vida pessoal ou profissional e agredir os outros verbal ou fisicamente, isso já não é apenas fanatismo, é doença psíquica e emocional.
Eu costumo dizer brincando que aquelas pessoas que vivem em função do futebol, que se aglomeram num estádio, na tv ou em torno de um telão para assistir a um jogo sem dar atenção a mais nada, são como bichinhos da luz magnetizados e revoando em torno dela. Mas quando a luz se apaga, todos caem na realidade.
O presidente Muamar El Kadafi, da Líbia, dizia em seu Livro Verde que os espetáculos de massa, entre eles as touradas, o boxe e o futebol, como fatores alienantes, estavam com os seus dias contados no mundo e que a tendência era com o tempo desaparecerem. Concordo plenamente com ele.

(Luciano Machado)
NÃO CHORES POR MIM, ARGENTINA

Nascida numa pequena cidade do interior da Argentina, Eva Duarte era filha bastarda do rico fazendeiro Juan Duarte com uma de suas empregadas. Consta que sua mãe, Juana, foi adquirida pelo fazendeiro em troca de um jumento e uma carroça, e depois abandonada com os filhos ainda pequenos.
O nome de Evita está vinculado a uma série de coincidências ligadas ao nome Juan. Seu pai, sua mãe, seu irmão tinham esse nome.
E essa coincidência se completou ao conhecer o coronel Juan Domingo Perón, vice-presidente, que logo depois seria deposto e preso por seus colegas militares sob a acusação de estar fazendo campanha em favor dos trabalhadores.
Evita então, usando seu prestígio de atriz de rádio, cinema e teatro, levantou o clamor do povo contra a prisão de seu namorado e amante e este, dois dias depois, estava de novo na sacada do palácio acenando para a multidão que o aplaudia.
Durante o mandato de seu marido, Evita conseguiu realizar vários de seus sonhos de menina pobre, como ter prestígio, poder, jóias e roupas caras.
Mas foi uma lutadora pelos direitos dos oprimidos que a chamavam de mãe e brigavam por ela. Evita e Perón fizeram um governo voltado para o lado social e conseguiram se tornar imortais, lembrados, amados e reverenciados pelo povo argentino.
Tanto assim que Perón foi eleito duas vezes, em l946 e 1973, ao voltar de seu exílio.
Mas grande parte da popularidade do governo de Perón se deveu ao trabalho de Evita junto aos pobres e necessitados, que lhes construiu casas e criou leis sociais que os amparassem. Por este motivo muitos acharam que era uma militante de esquerda. Mas, pelo contrário, foi até criticada pela esquerda argentina em muitos aspectos, um deles, por mágoa das mulheres do PC, ao instituir, não sendo do partido, o voto feminino.
Dizem as más línguas que Evita, por outro lado, era implacável com o seus adversários e inimigos políticos e que mandou castrar vários deles, conservando, como testemunhos do seu poder, os testículos deles num recipiente com álcool e à mostra em cima de sua escrivaninha.
Quando Evita morreu, seu corpo foi embalsamado e exposto à visitação pública, depois foi roubado e sepultado na Itália, depois exumado e trazido para a Espanha onde Perón estava exilado, e finalmente, depois de muito tempo, após a morte de Perón, em 1974, mandado trazer para a Argentina por Isabelita, terceira esposa e viúva de Perón, no exercício da presidência.
Os relatos sobre Evita são muito controvertidos. Uns a defendem e endeusam. Outros combatem a sua imagem, como o sociólogo argentino J. J. Sebreli, que desmente, em seu livro “Ensaio contra Mitos”, vários fatos relacionados a ela e a Perón.
De qualquer sorte, Evita foi uma grande mulher, a primeira latino-americana de origem humilde a exercer o poder feminino ao lado de um chefe de estado, capaz de influir em seu governo de um modo muito especial, marcante e extraordinário.
Evita foi imortalizada na peça musical “EVITA’ e na canção “Não Chores por Mim, Argentina”, com música de Andrew Lloyd Webber e texto de Tim Rice, e interpretada por Madona no filme EVITA de Allan Parker.
(Luciano Machado)
SERPENTES HUMANAS


A pior espécie de inimigo é aquela dos que não aparecem como tais, ou que se escondem sob esta ou aquela circunstância ou condição para nos boicotarem ou nos prejudicarem em alguma coisa.
É uma espécie desleal de amigos, ou covarde de inimigos, que alguns chamam de ‘inimigo na trincheira’, porque ocultam o seu mal-entendido, a sua mágoa, o seu rancor, o seu ressentimento, a sua odiosidade, na ação silenciosa das manobras sub-reptícias.
Tais inimigos, homens ou mulheres, também se ocultam por trás da aparência de um amigo, de um confrade, de uma pessoa que sempre nos mostra uma cara simpática ou gentil, ou de alguém que chega até a nos prestar alguns favores ... Mas, cuidado! Por trás de tudo isso pode existir uma serpente venenosa. Atentemos, pois, para o fato de alguém que conhecemos e com quem de alguma forma convivemos que de repente deixa de nos cumprimentar ou finge que não nos vê na rua.
Freud já dizia: “Não desprezeis os pequenos sinais!”. E a psicanálise nos ensina que os sinais exteriores são indícios de uma realidade interior.
Portanto, muito cuidado com as pessoas com quem tratamos ou com as quais de alguma forma temos contato e que de uma hora para outra passam a apresentar um comportamento estranho. Estejamos atentos à linguagem dos sinais.
A Natureza nos diz que a serpente não nos ataca se não pisamos nela. Cuidado, pois, para não pisarmos na susceptibilidade alheia, o que às vezes acontece involuntariamente. As serpentes pisadas nem sempre nos alertam com o seu guizo, pois nem todas têm a educação e a elegância da cascavel, e geralmente respondem com o seu bote traiçoeiro.
Uma das características das serpentes traiçoeiras e venenosas se assemelha àquela das pessoas que nos elogiam pessoalmente e falam mal de nós pelas costas. Estas pessoas certamente não conhecem ou não obedecem àquele conselho do poeta Mário Quintana que diz mais ou menos o seguinte: “Não te abras com teu amigo/ Porque amigos ele tem / E os amigos do teu amigo / Amigos terão também.”
Para não sermos apanhados de surpresa, ou desprevenidos, convém ter muito cuidado com a qualidade das pessoas que conhecemos ou que encontramos nos ambientes ou setores que freqüentamos, no caminho por onde andamos e onde pisamos. Esses ambientes, setores ou caminhos, estão cheios de serpentes venenosas, infiltradas entre as pessoas amigas, leais, corretas e dignas de nossa amizade.

(Luciano Machado
O HOMEM E SUAS FUTURAS REENCARNAÇÕES

A teoria básica do espiritismo é a da reencarnação. Mas não surgiu dele, e sim há mais de dois mil anos, ao tempo dos filósofos gregos, primeiro defendida pelo célebre matemático Pitágoras e depois, com o nome de ‘a teoria da reminiscência’, que nos fala do escravo analfabeto que interrogado por Sócrates “recordava” conhecimentos de Matemática nos ‘diálogos de Platão’, lá pelo terceiro século antes de Cristo.
Mais tarde, uns quinhentos anos depois, como a teoria da preexistência, foi defendida por Orígenes (185-254 d.C.), sábio e teólogo cristão, considerado um dos doutores da igreja.
De modo que a antiga igreja cristã aceitava tranquilamente, sem discutir, a teoria da reencarnação.
Porém, lá pelo ano de 527 d.C., aconteceu o seguinte:
O imperador Justiniano casou-se com Teodora, uma cortesã e ex-prostituta. E como Teodora, depois de ter sido uma prostituta, chegou a esposa do Imperador, isto passou a ser motivo de orgulho para suas ex-colegas que ainda continuavam na vida de meretrício.
Mas para Teodora, como Imperatriz, e para seu marido Imperador, esta triste e escandalosa lembrança, ainda que verdadeira, constituía um incômodo, uma afronta e uma vergonha.
Em decorrência disso, e como Teodora tinha uma influência muito grande sobre o marido, chegou a pedir a ele que determinasse que todas as prostitutas da cidade de Bizâncio, cerca de 500, fossem eliminadas, para que não restasse nenhuma que pudesse testemunhar a sua condenável vida pregressa, extermínio este que não está evidenciado se realmente aconteceu, mas se presume que nas 35.000 mortes ordenadas por Justiniano estejam incluídas as prostitutas.
Esta atitude de Teodora, ao ser descoberta, foi repudiada pelos cristãos reencarnacionistas da época que a chamaram de assassina, e lhe disseram que em suas futuras reencarnações ela haveria de pagar muito caro por esta indução ao massacre, e que morreria assassinada tantas vezes quantas eram as vidas que sugerira ao marido mandar eliminar.
Essa ‘profecia popular’ desgostou ao imperador e a sua esposa. E assim foi convocando um novo concílio de Constantinopla, em 553, que, entre outras providências, mandava retirar da Bíblia referências explícitas sobre a reencarnação, e também dos cânones da igreja, negando para sempre a teoria defendida por Orígenes, decisão esta que foi plenamente aceita pelos bispos e aprovada pelo papa da época.
A partir daí, a igreja cristã passou a negar a teoria da reencarnação e o mesmo também fizeram as diversas denominações religiosas que, derivadas da reforma, surgiram depois.
Feita esta explanação, estamos em condições de dizer por que o homem é o seu próprio assassino, quando ataca a natureza e promove o envenenamento e a devastação, no planeta, de todas as formas de vida, agredindo sem cessar o meio ambiente e a atmosfera. Não sabe ele que está preparando o seu próprio flagelo ao tornar insuportável a vida de seus descendentes, visto que ele SE REPETIRÁ em seus próprios trinetos ou tataranetos, os quais, conseqüentemente, serão as ‘reencarnações futuras’ de seus trisavós ou tataravós.

(Luciano Machado)