domingo, 22 de fevereiro de 2009

O CONDE DE CAGLIOSTRO

Alexandre Cagliostro nasceu na Itália, de família humilde, com o nome de batismo de Giuseppe Bálsamo.
Ainda com o nome de José Bálsamo, por uma dessas coisas do destino abandonou a casa paterna e saiu a correr mundo muito cedo. Esperto, curioso e aventureiro, em suas viagens foi aprendendo muitas coisas, principalmente no campo do esoterismo, pelo convívio com alguns mestres dessa área, entre os quais o Conde de Saint Germain, que conheceu em Paris, e de quem se tornou amigo, discípulo e irmão na Ordem Rosacruz e na Maçonaria.
Cagliostro viveu num tempo em que qualquer indivíduo bem intencionado podia freqüentar uma universidade a aprender a ciência que desejasse assistindo a aulas em diferentes lugares. Muitos cientistas, filósofos e matemáticos se formaram assim, viajando e estudando. Em cada cidade ou mosteiro que chegavam, podiam assistir às aulas que desejassem, desde que apresentassem uma prova de freqüência e conhecimento da matéria através de exames ou argüições orais. Ademais, em suas bagagens, carregavam livros ou tratados para estudar quando lhes conviesse. Assim muitos personagens da história gastaram boa parte de sua vida no aprendizado de alguma coisa em que depois acabaram se distinguindo. Alguns levaram vinte, trinta, quarenta anos viajando e estudando, até obterem o reconhecimento oficial que lhes era outorgado por esta ou aquela universidade. E foi assim que Alexandre Cagliostro, depois de haver freqüentado escolas de mistério e ocultismo, estudado Cabala com os judeus e Alquimia com os árabes, resolveu estudar Medicina, ampliando seus conhecimentos em suas viagens por diversos países e continentes, principalmente em seus contatos com a Ordem dos Terapeutas, herdeira das tradições da escola médica da Alexandria e da escola sacerdotal do Egito.
Como médico, realizou muitas curas, administrando miraculosos remédios de sua própria fabricação. Amigo de príncipes e de figuras da alta nobreza, embora não cobrasse por suas consultas, era regiamente recompensado com jóias, propriedades e dinheiro pelas curas extraordinárias que realizava em membros destas classes, o que então lhe permitia ir curar de graça aos pobres e ainda lhes dar assistência econômica, distribuindo remédios, agasalhos, comida e dinheiro por onde passava. Por isso ficou reconhecido como um grande benfeitor dos pobres e necessitados.
Isto naturalmente atraiu a atenção daqueles que exerciam normalmente a sua clínica, que passaram a acusá-lo de charlatanismo e de fazer concorrência desleal através de métodos não ortodoxos, embora tratasse e curasse sem nada cobrar aos pacientes desenganados por aqueles, o que por isso mesmo lhes causava ainda maior indignação. Muitos processos lhe foram movidos, acusando-o de exercício ilegal da medicina, mas era sempre absolvido pelos juízes que não viam nenhum crime em alguém que realizava curas sem cobrar nenhum vintém dos beneficiários, e que, além disso, sem nenhuma pretensão pessoal ou política, ainda lhes dava assistência econômica, apoio moral e espiritual.
Na corte francesa de Luis XVI conheceu grandes personalidades, entre as quais o Cardeal de Rohan, um príncipe da Igreja, de quem se tornou íntimo amigo e confidente.
Como este Cardeal desejava cair nas graças da rainha Maria Antonieta e soubera de sua intenção em adquirir um valioso colar, ofereceu-se para servir-lhe de avalista, adquiriu a jóia e a enviou através de uma emissária, a condessa de La Motte. Mas o colar acabou desaparecendo no caminho, sem chegar às mãos da soberana. Como a jóia havia sido adquirida a prestações, passou-se o primeiro mês e, com receio de não receberem o pagamento, os joalheiros levaram este fato ao conhecimento das autoridades. Quando o rei e a rainha souberam deste assunto, gerou-se um escândalo, envolvendo o Cardeal de Rohan, a Rainha, o Conde de Cagliostro e a Condessa, que acusava Cagliostro de ter ficado com o colar. Instituiu-se um processo, o Cardeal de Rohan foi condenado a indenizar o valor do colar por uma fortuna que o deixou arruinado, e a Condessa, sentindo-se irremediavelmente perdida, confessou ter forjado a história de que a rainha desejava adquirir o colar, ter falsificado a assinatura e o selo reais no contrato de compra e, finalmente, assumiu a autoria do furto e a venda, aos pedaços, da referida jóia.
Mas Cagliostro acabou sendo preso como cúmplice do cardeal e da condessa, do que logo se aproveitaram os seus inimigos na corte para lançar suspeitas sobre a origem de sua fortuna e o esbanjamento de dinheiro que fazia com os pobres, acusando-o de pródigo, falsário, impostor, charlatão, herege e feiticeiro.
Depois de passar algum tempo na prisão da Bastilha, Cagliostro foi deportado para a Itália e entregue ao Tribunal do Santo Ofício, que o condenou à prisão perpétua num calabouço, no Castelo de San Léo, onde morreu, aos cinqüenta e poucos anos, em l795.
Alexandre Cagliostro é uma figura menos emblemática e misteriosa do que a de seu amigo Saint Germain. Sua vida pública é quase um livro aberto, e aí está para ser avaliada. Alexandre Dumas, em Memórias de Um Médico, dedicou-lhe vários volumes. Ele e Saint Germain hoje são mestres ascensionados e auxiliares no grande esquema cósmico de redenção da humanidade. Quanto aos seus inimigos e detratores (os daquele tempo), não saberíamos dizer seus nomes, pois estavam escondidos atrás do anonimato de seus cargos e funções ... Mas certamente já receberam ou ainda estão recebendo a sua recompensa.

Luciano Machado
TANTRISMO, A MAGIA SEXUAL

O Tantrismo, considerado a essência da yoga, é o desenvolvimento da energia vital através do ato sexual. Essa energia vital, denominada Kundalini, é a mesma energia sexual dinamizada e transmutada que sobe pela medula em direção ao cérebro, eliminando os casos de impotência ou ejaculação precoce, proporcionando com o tempo melhoria da inteligência, melhor qualidade de saúde, de raciocínio, criatividade artística e intelectual, cura do estresse e da depressão, alegria de viver, prazer e permanente sensação de bem estar. Isto sem entrar no mérito das implicações filosóficas, morais ou religiosas ocidentais que aconselham ou não o tantrismo como doutrina.
Esse método oriental da yoga tântrica consiste na prática do ato sexual entre casais que concordam mutuamente em relaxar antes do clímax e depois continuar, podendo o ato prolongar-se por horas a fio com prazer e sem cansar.
A vantagem funcional dessa prática é gerar e economizar o esperma dentro das suas glândulas e canais, fazendo-o circular, renovando-o e o tornando um combustível de alta qualidade energética para o bom desempenho do organismo e das faculdades psíquicas, neurológicas e cerebrais.
Tanto o homem como a mulher devem estar conscientes desse objetivo em comum que, antes de causar apenas o prazer proporcionado pelo orgasmo puro e simples, com o derramamento de esperma, é retê-lo e desenvolver um prazer maior e quase permanente, o da prática do ato sexual a qualquer momento e sem a necessidade de recompor energias.
Quem o pratica pode transar sem cansar por uma, duas, três ou mais horas, com prazer constante, sem a necessidade de aguardar ansiosamente pelo orgasmo comum, que não acontece, pois fica sob controle, mas é substituído por um estado de gozo permanente enquanto durar o ato, como uma espécie de “êxtase” prolongado.
Eu tive a oportunidade de comprovar a eficácia desse método ao conviver, em Porto Alegre, com um casal de amigos que o praticava havia já algum tempo e sobre o qual falavam abertamente comigo. Ela era professora (52 anos) e ele dono de uma loja de calçados (57). Transavam diariamente, em diferentes horários. E dava gosto de ver como se relacionavam bem, como se fossem um casal de namorados, com uma grande ternura espiritual, verdadeiramente felizes e apaixonados um pelo outro.
Como tinham apenas uma filha de l5 anos e não desejavam ter mais filhos, haviam começado a freqüentar um grupo de estudos de yoga tântrica que se reunia para assistir a aulas teóricas, sob a supervisão de um mestre que seguia os ensinamentos do indiano Rashneesh. Mas com o passar do tempo, infelizmente, esse mesmo grupo começou a desvirtuar a essência da doutrina e este casal resolveu se afastar.
Então continuaram praticando em casa, uma vez que as regras do tantrismo eram, e são, bastante simples de serem seguidas.
Tudo começa com as carícias preliminares. Depois vem o ato, propriamente dito, que deve iniciar-se o mais suavemente possível. Na medida em que a coisa for esquentando, ambos devem ir relaxando, conforme a necessidade de cada um para dominar o impulso do gozo, até adquirirem um perfeito e absoluto controle do prazer, prolongando-o indefinidamente.
No início podem ocorrer “acidentes de percurso”. Isso é normal. Se acontecer, com um ou com outro, devem ter paciência com a ligeira e agradável exaustão que sucede ao orgasmo. Mas vão precisar de algum tempo para recompor a energia perdida. E aí devem recomeçar tudo novamente. Até aprender.
Quando lograrem esse objetivo, de interromper o ato sexual no momento que desejarem e o retomarem quando quiserem, então estarão prontos para o adestramento dessa prática maravilhosa, cujos bons resultados serão obtidos com o passar do tempo.
Entre as muitas vantagens do tantrismo, também denominado alquimia ou magia sexual, está a eliminação natural da possibilidade de engravidar, para os casais que não desejarem ter filhos. Antes, porém, de o tentarem, recomendaria consultarem um especialista no assunto, lerem o método e tomarem conhecimento de eventuais reações adversas como eventuais dores de cabeça e outros pequenos mal-estares comuns aos iniciantes.

(Luciano Machado)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

CRIANÇAS ÍNDIGO, A RAÇA FUTURA

Existe uma outra forma de pensar, de agir, de sentir, de encarar a vida e o mundo ao nosso redor, e a nós mesmos, que começa com o reconhecimento, desde a escola grega, de nossa pequenez e ignorância (‘tudo o que sei é que nada sei ...’) diante da grandeza do Universo e dos desígnios do seu Criador.
A partir dessa constatação, em qualquer momento, podemos recomeçar a nossa caminhada, guiados pela Suprema Inteligência e Sua equipe de trabalhadores espirituais, no sentido da concórdia universal.
Já está visto que caminhamos há muito tempo nessa direção, em diferentes estágios de instrução e entendimento.
Atualmente o mundo está sendo renovado pelo nascimento de crianças (ou encarnação de espíritos) com alto nível de inteligência (as chamadas crianças-índigo ou com outras denominações...), que paulatinamente irão mudar e substituir a mentalidade pré-existente. Estas crianças, que constituem a raça futura, irão apontar o caminho da regeneração moral e espiritual da humanidade.
Quando se dizia, desde há muito tempo, que “as crianças representam o futuro”, estava-se apenas intuindo essa realidade, de modo inconsciente, em relação à genialidade das crianças que iriam repovoar o planeta.
Se fizermos uma retrospectiva com relação ao tipo de crianças nascidas entre os anos quarenta e final dos anos sessenta (minha geração) veremos que boa parte delas se transformou nos atuais patifes e malfeitores de todos os tipos, entre marginais comuns e de colarinho branco, responsáveis por tudo o que não presta na sociedade (roubos, assaltos, mentira, latrocínios, pilhagem, pilantragem política, guerras, fome, miséria, terrorismo, invasão de países e exploração de povos) e cuja degenerescência culminou com a atual crise econômica internacional.
Mas a partir dos anos setenta, a safra foi melhorando, e continua, embora ainda encontremos, entre essas sementes, por força da falta de oportunidades, do ambiente das drogas e da má educação paterna e institucional, alguns desvios de conduta que merecem ser analisados, assistidos e corrigidos.
Contudo, em relação às gerações mais antigas, a depuração continua como a água limpa que brota de uma fonte nova, substituindo aos poucos a água turva, poluída e estagnada, num processo purificador que irá demandar ainda uns cinqüenta ou cem anos.
Acompanhemos, pois, com trabalho e otimismo, até enquanto pudermos, esse processo depurativo, rumo ao futuro da raça humana.

(Luciano Machado)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

VÍCIO E VIRTUDE

Há bens que além da obtenção honesta e difícil, também podem ser adquiridos de mão beijada, ou tomados pela força, roubando, ou através do constrangimento e da humilhação moral, como a submissão de alguém, dinheiro, prestígio, terras, imóveis, etc., e até ser legalizada a posse.
Outros, porém, não se adquirem senão pelo merecimento real ou pela virtude.
Os livros de história nos falam das “conquistas” de Nabucodonosor, de César, de Alexandre, de Carlos Magno, de Pizarro, de Cortez, de Napoleão, de Hitler ... -- e todas essas conquistas, nós sabemos, foram a tomada de territórios e a dominação de povos pela usurpação e pela força, como até hoje acontece. Isso é roubo, latrocínio, assalto, rapina, saque, pilhagem ou como queiram denominar – mas nunca verdadeira conquista.
Erroneamente a palavra ‘conquista’ tem sido empregada para designar esta obtenção violenta, humilhante ou vergonhosa de alguma coisa, ou o recebimento de algo sem nenhum mérito ou esforço pessoal por parte dos beneficiários além dos interesses de parte a parte, como a distribuição de terras e favores no Brasil colonial e depois no Brasil imperial, assim como também as marcas, os ducados e condados eram distribuídos com o correspondente título nobiliárquico aos amigos dos príncipes e dos reis para estabelecer com estes um pacto de defesa recíproca de interesses ou um acordo de vassalagem e subserviência, sem falar nos cargos de confiança, civis e eclesiásticos, nas promoções, nomeações e investiduras sem nenhum mérito pessoal, nas comendas mal havidas e nos títulos discutíveis de cavaleiro desta ou daquela ordem.
A verdadeira acepção da palavra conquista indica a obtenção das coisas pelo merecimento justo e pela dignidade, através do sacrifício consciente dos elementos que embrutecem o indivíduo, como o ódio, a vaidade, a inveja, a traição, a mentira, a tendenciosidade, os instintos e paixões mundanas: o vício. E o vício (moral ou físico) é fruto da ignorância e do fanatismo.
Não pode um falso, um mentiroso, um usurpador, um ladrão, um hipócrita, um corrupto, um tarado, um safado, um imoral ... merecer bens como o verdadeiro reconhecimento, o amor do próximo, a amizade sincera, a lealdade e a consideração da sociedade – pois estes são bens incompatíveis com os vícios morais e se conquistam pela Virtude (do latim Virtus), que é um atributo do Espírito, e que era cultivado com decência e nobreza nas antigas ordens de cavalaria.
Combatamos o vício, a degradação, a ignorância e o fanatismo em nós mesmos, com perseverança e auto-respeito pelo que somos e representamos perante Deus e a Natureza, e conquistaremos pela virtude os bens que almejamos, cuja falta nos causa tanto mal e tanta mágoa.

(Luciano Machado)
A ÁRVORE DO BEM E DO MAL ...

Partindo-se do princípio de que nenhum individuo é completamente mau, havemos de convir que a natureza humana é uma mistura de ambas as tendências.
Os chamados ‘bons’ ou ‘maus’ são conduzidos ao bem e ao mal por um desequilíbrio de sua natureza anímica. E a perseverança num ou noutro desses dois extremos é prejudicial ao indivíduo e aos que com ele compartilham da existência.
Quem pratica o mal ou nele se compraz, faz de si mesmo a principal vítima. Quem pratica o bem sem conhecer as implicações dessa virtude, embora se julgue credor de todas as recompensas divinas, na verdade merece-as na medida em que o faz com sabedoria e justiça.
O homem comum, sendo um ser moralmente dual, ora retira do seu arsenal as armas da iniqüidade para com elas agir em seu próprio benefício, ora colhe do seu jardim as flores do bem para presenteá-las indistintamente. Em ambos os casos há que ter cuidado: Se considerarmos o mundo um covil de lobos pode ocorrer que venhamos a morder a própria cola; se por outro lado considerarmos o mundo um jardim, pode ocorrer que, no intuito de fazer o bem, nos magoemos ou magoemos alguém com um espinho oculto entre as flores.
Normalmente procuramos a árvore do bem e do mal no exterior, como faziam os sábios da antigüidade em relação à sua lápide, até o momento em que descobriram, como depois constataram os psicanalistas, que “os sinais exteriores eram símbolos de uma realidade interior”.
Somente aqueles que combatem em si a ignorância e o fanatismo adquirem a virtude do equilíbrio e sabem aplicá-la sem prejuízo de sua pessoa ou da coletividade, entendendo-se por coletividade a reunião de todos os seres que habitam ou fazem parte da natureza.
Ora, mas para que o homem obtenha consciência disso, é preciso que sofra na própria carne as conseqüências de seus atos errôneos e retifique suas ações neste mundo. Só então aprenderá a dosar em si mesmo os frutos dessa árvore, assim como os terapeutas dosam em suas fórmulas os ingredientes da cura, e não será mau nem bom, mas justo.

(Luciano Machado)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

VIVA SABIAMENTE …

Viver sabiamente, eis o objetivo a ser alcançado pelo ser humano, já que os demais seres, todos eles, quando em seu próprio elemento, vivem conforme as leis da natureza.
Os leões, os tigres, os javalis e gatos selvagens não nasceram para viver enjaulados e servirem de curiosidade e divertimento em jardins zoológicos; as plantas e as flores não nasceram para serem arrancadas do solo de origem, colocadas em vasos ou replantadas em condições desfavoráveis em casas e jardins, muitas vezes abandonadas ao sol e sem regar; e os peixes não sobrevivem por muito tempo em aquários. Da mesma forma o homem, como animal que também é, e que se diz superior aos demais, não nasceu para viver enjaulado ou atrelado a esta ou àquela condição, nem um escravo dos caprichos de outrem ou de qualquer vício. O homem, como todos os animais, nasceu para ser livre, a seu modo, assumindo o custo e as conseqüências dessa liberdade.
A Mãe-Natureza nos mostra como viver sabiamente, segundo suas leis; basta que prestemos atenção nas lições que diariamente ela nos proporciona através do seu manancial de ensinamentos.
Na hora que precede o amanhecer, por exemplo, temos o silêncio anterior a qualquer ruído, antes mesmo do despertar dos pássaros. Este silêncio nos conduz à clássica meditação sobre “quem somos, de onde viemos, onde estamos, o que estamos fazendo aqui, qual a nossa missão neste mundo e para onde vamos”. Esta indagação múltipla deve permanecer conosco e ser reformulada, a cada dia, antes do amanhecer.
Depois, a natureza se enche de sinais e manifestações. Essas manifestações são a resposta à nossa indagação, de que fazem parte o céu estrelado e os astros do firmamento, a aurora, a brisa matinal sensível que fala conosco através das sensações e move os ramos das árvores e das plantas; o cantar dos pássaros e aves; as vozes características dos animais; o movimento dos pequeninos seres como joaninhas, centopéias, besouros, abelhas, borboletas e todo um universo biológico que os indivíduos, homens e mulheres em geral, e não somente os biólogos, deveriam observar atentamente.
O que aprender diante disso?
Embora não tenhamos em vista uma lição definida a ser retirada desse contexto, ele aos poucos, com o auxílio de nossa atenção, nos vai mostrando coisas e fatos interessantes. Se, por exemplo, nos aproximarmos cautelosamente de uma teia de aranha em fase de construção, aprenderemos como ela a constrói; e se já está pronta, como funciona e para que serve. E assim em relação aos demais seres, grandes e pequeninos, no desempenho de suas funções e atividades. Porque eles são importantes em seu devido lugar e cada um deles tem uma razão de ser em seu habitat, assim como as pessoas na sociedade.
Observemos um passarinho em seu ninho dando comida aos filhotes, uma lesma saindo do seu caracol, uma bela joaninha em seu delicado vôo, em sua faina a abelha e o beija flor, a borboleta deixando o seu casulo, voando e pousando nas flores, a formiga em sua trilha, a minhoca adubando e revolvendo a terra ... e teremos muito a aprender. O que nos ensinam? A viver e trabalhar. Porque todos eles, inclusive a lesma vagarosa, não ficam sem fazer nada. Os únicos preguiçosos são o homem e os animais domesticados, como a vaca, o porco, o cavalo (o maior escravo do homem), o gato e o cachorro, quando nós os colocamos em mau costume. Mas deixemo-los voltar ao estado selvagem e natural de viver de acordo com as regras do seu ambiente e passarão a agir de modo diferente.
Quanto a nós, homos sapiens sapiens, a despeito da preguiça, da acomodação, da alegação da falta de tempo, do vício e da ignorância, pelo simples fato de pensar já estamos fazendo alguma coisa importante. E isso não nos rouba tempo. Muito pelo contrário. Porque, se nos disciplinarmos, teremos tempo de sobra para observar a natureza, meditar e aprender muitas coisas, inclusive com as plantas, as flores e pequenos animais, que também se comunicam conosco e são, sem segundas intenções, nossos mestres, com cuja linguagem devemos tentar nos familiarizar.
Este artigo, piegas para alguns, não tem a pretensão nem o objetivo de doutrinar, abarcar ou concluir coisa alguma em si mesmo. Foi escrito como um mero e livre exercício do pensamento e da palavra.
Mas quero deixar aqui uma mensagem que vai nos ajudar a viver melhor. Ela diz o seguinte:
Entrega a Deus as tuas inquietações e anseios de paz e justiça e vive com trabalho e amor, de modo que ninguém te inveje, ninguém te despreze, ninguém te odeie, ninguém te ofenda ou tenha raiva de ti.
( Luciano Machado – www.fronteiradapaz.com.br.)
O ELEMENTO FUNDAMENTAL

A espécie humana, por ter ao seu dispor a faculdade do raciocínio, de que nem sempre faz uso adequado, mais do que os animais e os seres a quem chama de inferiores ou irracionais, não deve e não pode, em nenhum de seus atos, por mais bem intencionados, e para que sejam efetivos e eficazes, prescindir de um elemento fundamental, tão necessário como o sal aos alimentos e a terra , a água, o ar e o sol à Vida.
Mesmo consciente de suas próprias falhas e imperfeições, ninguém é tão miserável de sentimentos que já não o tenha experimentado ao perceber a reação dos seres aparentemente inanimados, das plantas, dos animais e das pessoas, ainda que de índole perversa, diante de um gesto de carinho e um sorriso de ternura.
Esse elemento, que contém em si todos os demais, como experimentalmente comprovado em nossa vida diária (afetiva, familiar, social, religiosa, profissional e empresarial), é o único poder, quando honestamente exercido, capaz de neutralizar a adversidade e vencer os nossos “inimigos”, sejam quais forem. Ele é eficaz contra todos os males. Nada existe que o possa resistir, como ódios, feitiços, rancores e fúrias vingativas.
Diante dele todos os poderes se curvam e o diabo foge com o rabo entre as pernas. Em sua presença a própria natureza abranda seus furores, acalmam-se os terremotos, maremotos, vulcões e tempestades ...
E sem embargo, esse elemento, a que chamamos de Amor, singelo em sua plenitude e onipotência, impregna a natureza, e está ao alcance de todas as criaturas.

Luciano Machado
SOPHIA ...

Nada melhor às vezes do que fazerem uma pausa e olharem as pessoas no seu próprio “espelho”, refletindo pensamentos, palavras e atitudes.
Nem tudo que temos em mente deve ser declarado ou comunicado a outrem numa conversa, numa palestra, ou mostrado por escrito numa crônica ou artigo, e muito menos nas páginas de um livro. Algo deve permanecer conosco, para meditarmos, como a água que brota de um manancial, se evapora, e volta a cair sobre si mesma, sublimada e purificada.
Saber refrear esse ímpeto, de tudo divulgar, é uma coisa que aprendemos com o tempo e o amadurecimento. E há lições que melhor aproveitamos no silêncio da meditação, para a economia do nosso próprio ser, para nos auto-melhorarmos, e não aos outros.
Pensar e escrever para si mesmo é uma regra terapêutica, moral e intelectual, que todas as pessoas deveriam observar, e não apenas os que fazem do escrever uma forma impulsiva de se comunicar ou declarar o que pensam sem refletir no efeito ou conseqüência de suas palavras.
Existem idéias e conceitos cujas sementes deveriam primeiro germinar, brotar, florescer, frutificar e amadurecer no pé, para só depois serem os frutos generosamente repartidos, a fim de que não façam mal ou causem alguma indigestão, e não tenhamos que nos sentir culpados ou arrependidos de os ter distribuído antes do tempo.
Nossos antepassados indígenas, que habitaram este chão, e do qual não se consideravam donos mas apenas usufrutuários, em sua primitiva porém sábia cultura não permitiam que seus filhos arrancassem frutos verdes; e lhes ensinavam que deviam observar a mudança das cores, que era o sinal da natureza, em sua linguagem muda, para mostrar que então sim podiam ser colhidos e consumidos.
Este conhecimento não se perdeu; foi apenas atropelado no tempo pela voracidade imediatista que infelizmente também atinge os que pensam, escrevem e formulam com sofreguidão, com receio talvez de perder a originalidade e a primazia diante da competitividade e da ganância que o mundo lhes apresenta. Mas a Mãe Natureza, todavia, em todos os planos, continua sendo a maior fonte de orientação, de conhecimento e de sabedoria. Ela é um perpétuo manancial de aprendizado, de cujo seio sabiam beber os antigos, amando-a e respeitando-a, como geratriz da vida e de si mesmos, de sua instrução e aperfeiçoamento.
Por esse “philos-gyné”: amor à Deusa Mãe e ao Conhecimento que dela obtinham, os gregos a chamavam carinhosamente de Sophia.

Luciano Machado (www.fronteiradapaz.com.br)