segunda-feira, 7 de julho de 2008

NOSSO AMIGO J REINECKEN

Quando conheci o Júlio, aqui em Livramento, ele trabalhava com vendas. Foi-me apresentado por outro amigo, o João Carlos Pereira.
O Júlio, nessa época, era o Mestre do Pronaos rosacruz em nossa cidade, lá pelo final da década de 70 e ínicio da década de 80.
Um forasteiro recém chegado nesta fronteira, nessa época conheceu a Alba, sua esposa, e tiveram três filhos: o Marcelo, a Juliana e o Michael.
De casamentos anteriores, o Júlio já possuía outros três filhos, que são o Marcio, a Tatiana e a Letícia.
Desde que chegou a Livramento, o Júlio foi fazendo amizades com pessoas de diversos segmentos e setores de atividade, e hoje possui tantos amigos aqui e em Rivera que mesmo tendo voltado para Pelotas, sua terra natal, continua ligado a nós por indissolúveis laços de carinho, amizade e fraternidade.
Em nome desse carinho, dessa amizade e fraternidade que ele devota ao nosso povo, resolveu criar um SITE com o nome de FRONTEIRA DA PAZ, que já conta com mais de um milhão de visitações – o qual registrou sob as denominações http://www.fronteiradapaz.com,http://www.fronteiradapaz.com.br
e http://www.fronteiradapaz.org - e que se destina a divulgar as coisas e valores de nossa querida terra de fronteira, que ele também ama, formada pelas cidades de Santana do Livramento e Rivera.
Para quem não sabe, Júlio José Reinecken é, por conta própria, uma espécie de gênio da informática e da cibernética, além de possuir um coração magnânimo e generoso, ser um sujeito simples e despretensioso, um filósofo espiritualista e um grande amigo de todos nós.

sábado, 28 de junho de 2008



A FABULOSA HISTÓRIA DO REI ARTHUR

Por Luciano Machado


Você conhece esta história?

Pois eu lhe digo que não encontra paralelo na história dos reis britânicos, nem na de outros soberanos de que os livros nos falam. Tamanho é o fascínio que nos desperta a lendária figura do Rei Arthur.

Tudo começa quando o rei Uther, às vésperas da morte, convoca a esposa, um sábio, um nobre e um arcebispo e lhes transmite a sua derradeira vontade, a de que seu filho Arthur deve suceder-lhe no trono.

Na época, porém, há cavaleiros, nobres e príncipes, que se acham com igual direito, mesmo porque ignoram que Uther tenha um filho. Arthur, quando bebê, fora entregue aos cuidados de um nobre, sir Heitor, que o criara e educara como se seu filho fosse. Por essa razão Uther, agora, decide combinar com os que o assistem no último instante uma forma de colocar Arthur no trono, de modo a não melindrar os demais. Para isso conta com a colaboração do sábio e inseparável conselheiro Merlin, a quem se atribuem poderes mágicos.

Passa-se o tempo e o trono continua sob o comando da rainha. A desordem reina e os ânimos continuam cada vez mais exaltados. Um dia o arcebispo de Cantuária, a pedido de Merlin, convoca todos os nobres para uma reunião no templo. É Natal. Nessa reunião , Merlin e o Arcebispo exortam a todos os cavaleiros a que tenham fé e confiança na vontade divina; que o Senhor manifestará a forma pela qual o novo soberano será escolhido.

Quando deixam o templo, todos deparam com um fato impressionante: No centro de uma clareira surgira uma enorme pedra, em que se acha, enfiada, uma grande espada de ouro e que contém em ambos os lados a seguinte inscrição: “Aquele que arrancar esta espada, pelo berço e pelo direito, reinará sobre a Inglaterra.”

Recobrados da surpresa, vários são os que tentam, inutilmente, desencravá-la da pedra.

Passam-se os anos e a espada continua cravada na pedra.

Um dia, Arthur, que já se fizera mocinho, acompanhado de Merlin, chega ao local. Merlin o conduzira até ali propositadamente. Arthur põe-se a observar a pedra e a espada, e daí alguns instantes, a pedido de Merlin, segura o cabo da espada ... e, sem nenhum esforço, a retira da pedra.

Seu gesto provoca a inveja e a indignação dos que ali se encontram. Um dos presentes, Modred, o acusa de feitiçaria.

Arthur, educadamente, procura demover o acusador de tais pensamentos, explicando-lhe que desconhece essas práticas. Modred, sem dar-lhe ouvidos, incita os demais cavaleiros contra Arthur.

A partir daí, geram-se revoltas e inicia-se uma luta que durará vários anos, entre Arthur e os que lhe são fiéis e os cavaleiros que não o reconhecem como rei, chefiados por Modred.

Da França chega um cavaleiro chamado Lancelot do Lago e se põe ao lado de Arthur para dar combate aos revoltosos. Nessa época há muitas iniqüidades, os pobres camponeses e aldeões são maltratados e assassinados, suas casas destruídas e as incursões criminosas se tornam constantes ...

Arthur, cujo espírito de bondade e justiça era inato, empreende uma grande batalha contra os iníqüos adversários que exploram e maltratam o seu povo. E para isso cria uma ordem de cavaleiros, a da Távola Redonda.

Após renhidos combates, Modred, sentindo-se impotente contra a admirável força e bravura demonstrados por Arthur e seus cavaleiros, decide render-se e pedir perdão, suplicando a Arthur que o receba a seu serviço, bem como aos demais. Arthur os recebe.

Perverso, porém, por natureza, Modred nada mais faz do que iniciar um plano diabólico que visa indispor Arthur com Lancelot, o mais fiel de seus cavaleiros. Para isso, aproveita-se dos sentimentos que ligam Lancelot à rainha, preparando as coisas para que o rei os surpreenda , a sós, em inocente diálogo. E quando isto acontece, Arthur, que já se pusera desconfiado, devido às insinuações de Modred, rompe relações com Lancelot e ordena que a esposa seja levada prisioneira para um convento.

Com o afastamento de Lancelot, Modred encontra uma área livre de obstáculos para agir.Uma de suas primeiras providências é livrar-se de Merlin.Envenena-o.


Lancelot, em sua jornada peregrina, refletia: “Como pudera Arthur aceitar em sua corte aquele hipócrita e traidor, que nada mais desejava do que usurpar-lhe o trono...”. É então que recebe a notícia da morte de Merlin e retorna imediatamente, chegando a tempo de impedir que Moedrd e seus cúmplices possam levar adiante seus planos criminosos contra o rei. O retorno de Lancelot coincide com um sonho de Perceval (seu sogro) em que é revelada a existência de uma Taça Sagrada, o Graal, cuja luminosidade transmite certos acontecimentos que inocentam a Lancelot perante Arthur, desmascarando o falso Modred, que foge para os bosques com seus homens.

Arthur, Lancelot e seus cavaleiros partem em perseguição de Modred e sua gente, aos que conseguem vencer , após longos combates, que culminam com a morte de Modred.

Para concluir, Arthur, já gravemente ferido, pede a Lancelot que volte para junto de Guinevere, a rainha, e lhe transmita o seu perdão.

Lancelote retorna, cumprindo o desejo de Arthur, que expira no campo de batalha.

Agora, na ampla sala dos cavaleiros da Távola Redonda, Lancelot está ajoelhado ao lado de Perceval e lhe diz: “Sou o culpado por tudo o que aconteceu, porque, com minha amizade, induzi a Arthur ao combate e à morte. Não sou digno, pois, de permanecer nesta sala.”

Nesse instante, a sala se ilumina e uma melodia belíssima irrompe do silêncio ...

-- Ouves a música e vês a luz?, inquire Perceval.

Lancelot, triste, nada ouve e nada vê.

Surgem, então, no espaço, duas mãos de alvíssima brancura, segurando um enorme cálice, e uma voz diz a Perceval:

“Perceval, meu cavaleiro e amigo, esta visão só é digna dos puros de coração, para que a fé em Deus não desapareça completamente e se renove de tempos em tempos sobre a terra ... Tranqüiliza ao nosso bom Lancelot e dize-lhe que seu filho Gallahad será um cavaleiro muito ilustre. Dize-lhe também que os seus erros estão perdoados e que o seu coração entrará no reino da paz ... Glória a Deus, cuja centelha palpita eternamente em todos os seres da Criação!”

Perceval coloca sua mão direita sobre o ombro de Lancelot e a luz começa a se desvanecer lentamente ... Daí alguns instantes, antes que a luz desapareça completamente, novo raio luminoso lhes banha os semblantes, que se mantém agora, voltados para o alto.

Esta é, em síntese, a história do Rei Arthur de Pendragão, filho de Uther e Igraine, um soberano que, por amor à justiça, combateu durante toda a sua existência em defesa de seu povo, contra as iniqüidades do seu tempo e pela unificação de um grande reino – o da Grã-Bretanha.

Sua história é uma lenda e uma alegoria, como a de Fausto, apresentada por vários autores e versões cinematográficas, mas uma das mais belas que conheci, principalmente pelo simbolismo, na versão original e clássica de Chrétien de Troyes ou na romanesca de Sir Thomas Malory, que serviram de base a esta crônica e aos seriados da minha infância, na década de 50, no Cine Colombo, em Santana do Livramento.

O EXTRAORDINÁRIO CONDE DE SAINT-GERMAIN

Faz algum tempo estava por escrever algo exclusivo sobre este grande ocultista, um dos Mestres da Nova Era, que fiz questão de incluir, com o nome de Gersan, em meu romance O Elixir dos Magos.
Patriarca de uma comunidade que existiu há cinqüenta mil anos no deserto de Saara sob a denominação de Cidade do Sol; Sacerdote da extinta cidade de Atlântida há treze mil anos; um filósofo grego no ano 400 antes de Cristo; São José, pai de Jesus; o Mago Merlim; Roger Bacon, Francis Bacon ... são algumas das encarnações de Saint Germain.
Na verdade, o Conde sempre foi uma figura emblemática e misteriosa, no sentido de que não se sabe ao certo de onde veio e onde nasceu. Uma das tantas versões de sua última encarnação neste planeta é a de que provinha de uma família de príncipes da Transilvânia e que teria nascido, naquela região, entre os anos de 1680 a 1695.
Mestre maçom, irmão rosa-cruz, herdeiro da tradição oculta das antigas escolas de mistério, o que há de concreto sobre sua pessoa é que, sendo um homem rico, solteiro, talentoso e culto, com o título de Conde, chegou a Paris em l743, no reinado de Luis XV, de quem logo se tornou amigo e conselheiro, até a morte deste rei, em l774. Depois, por indicação do Conde de Maurepas, juntamente com o economista Turgot e o juíz Malesherbes, integrou o conselho de ministros do Rei Luis XVI. Um de seus atos ministeriais, pelo pouco que se sabe de sua vida pública, foi a proibição do uso de cabeleiras postiças (chinós) por parte dos nobres e parlamentares franceses, alegando que além de serem ridículas eram anti-higiênicas, embora o próprio Conde, em algumas gravuras, como a que aparece na capa de sua biografia por Isabel Cooper-Oakley, Editora Mercuryo, São Paulo, seja representado usando também uma dessas perucas.
A propósito de sua figura, era de estatura mediana, nem magro nem gordo, moreno, cabelos negros, olhos castanhos, feições regulares e, no trajar, de uma elegância simples e natural. É visto sem barbas nos retratos da época. Mas em representações mais recentes, como a que o mostra ao lado de Jesus, como um dos mestres ascencionados da nova Era, aparece com barbas e cabelos loiros. Estas divergências, entretanto, se justificam, por ter ele vivido, sob várias aparências e identidades, em diferentes épocas e países. Em sua última existência física teria vivido ininterruptamente por mais de dois séculos e meio. Por outro lado, afirma-se que ainda vive, em algum lugar do planeta, possivelmente no Himalaia, para onde teria emigrado em fins do século dezoito.
Mas falemos um pouco deste homem extraordinário.
Como vidente, fez previsões que incluíram a crise financeira, a revolução francesa e a queda da monarquia. Na condição de médico e taumaturgo, sem nada cobrar, tratou e curou muitas pessoas. Versado em línguas, além de conhecer o hebraico, o aramaico, o grego e o latim, falava com desenvoltura o chinês, o árabe, o russo, o alemão, o francês, o italiano, o inglês, o espanhol e o português. Como hermeneuta e estudioso da Cabala, a ciência milenar dos judeus, era capaz de interpretar a simbologia oculta e reconhecer o significado das palavras em qualquer idioma. Como alquimista, além de elaborar e aplicar em si mesmo o famoso elixir da longa vida, transmutava, em seu laboratório, pedaços de chumbo em ouro e carvão em diamante. Era também um excelente restaurador de jóias e pedras preciosas. No mais, era Saint-Germain um homem extremamente simples, educado, caridoso e benevolente.
Com o uso regular de um elixir de sua fabricação, a sua aparência física se mantinha inalterável.
Numa festa em Paris, em 1760, em casa da Mme. de Pompadour, uma velha condessa perguntou ao Conde se o seu pai não teria estado em Veneza no ano de 1710, pois ela havia conhecido alguém muito parecido com ele nessa época, quando era uma jovem recém casada e vivia com seu marido na Itália. Ele respondeu que seu pai havia falecido bem antes dessa data e que aquele personagem era ele próprio. Diante desta revelação de um homem que aparentava ter agora uns 45 anos, e que por algum motivo misterioso era tão sincera que não admitia qualquer contestação, a condessa ficou pálida e quase desmaiou. O Conde, porém, imediatamente a reanimou, fazendo-a aspirar um bálsamo.
-- “Mas então o senhor teria hoje quase cem anos?!” – exclamou a condessa.
O Conde encarou a fisionomia ainda pálida de sua interlocutora e tranqüilamente respondeu:
-- “Eu sou realmente muito velho, minha senhora...”
Na qualidade de homem de indústria Saint-Germain foi autor de vários projetos, entre os quais o de um navio a vapor, um submarino e uma locomotiva, e como inventor construiu diversos mecanismos, artefatos e instrumentos de grande utilidade científica. Nos lugares que freqüentava, tornou-se famoso por suas prodigiosas façanhas, entre as quais a de fazer adivinhações, ler o caráter através da fisionomia das pessoas, escrever simultaneamente com ambas as mãos, desaparecer ou tornar-se invisível num determinado lugar e reaparecer em outro e mudar, de um momento para o outro, a sua fisionomia.
Em sua condição de mago (teurgo) era capaz de se comunicar com os espíritos celestes, aplacar tormentas ou tempestades, exercer o seu poder sobre as águas, sobre o fogo, além de silenciar os trovões e atrair e direcionar as descargas elétricas da atmosfera para onde quisesse.
Sendo contemporâneo e amigo de Franz Mesmer, o médico alemão que lançou a teoria do magnetismo animal, ajudou-o a divulgar o seu método na França e no resto da Europa e foi, ao lado de Mesmer, um dos pioneiros na aplicação prática e científica do magnetismo, da radiestesia e da hipnose.
Depois daquele encontro, em l760, com a velha condessa, na casa da Mme. de Pompadour, o Conde ainda permaneceu em Paris até l776, tendo em vista que o Rei Luís XVI, ao abolir o seu conselho de ministros, abdicara de seus serviços. Antes, porém, de ausentar-se de Paris, redigiu uma carta dizendo que nos próximos oitenta e cinco anos seria visto mais cinco vezes, e onde previa, entre outros acontecimentos, a bancarrota e a queda da monarquia, e a morte, no cadafalso, de algumas pessoas importantes, inclusive o rei e a rainha. Todas as suas previsões se cumpriram.
(Luciano Machado)

A PEDRA FILOSOFAL poema

A PEDRA FILOSOFAL

Dos mistérios, o mais apaixonante,
De quantos mistérios nos seduzem,
E que a desvendá-los nos conduzem,
Tratemos doravante.

Dizem os sábios com muita propriedade
Que nessa pedra reside o poder
De um metal vil em ouro converter
E a isso chamam de transmutabilidade.

Versados na ciência da alquimia
Os precursores da química moderna
Se outorgaram a condição paterna
Das pesquisas nessa área hoje em dia.

Se é possível transmutar o chumbo em ouro,
Qual o processo ou tecnologia?
Como podemos concebê-lo sem magia,
Tal se crê tenha feito o povo mouro ...

Supõe a lenda que essa gente pretendia,
Conforme constatou um certo Blau ,
Do seu poder implantar a hegemonia
Nas profundezas do Cerro do Jarau.

Contam “causos” antigos moradores
Do município de Quaraí
De uma vertente de tintas multicores ...
E de uma salamandra com cabeça de rubi.

Tal Salamandra diz a lenda que seria
Bela princesa moura encantada
Em uma salamandra transformada
Porque a inquisição a perseguia.

Que, oriundos da Península Ibérica,
Os mouros deixaram Gibraltar,
Empreenderam longa viagem pelo mar
E vieram aportar ao sul da América.

Quis o destino que o mar os conduzisse
E as estrelas guiassem sua nau,
E um refúgio seguro descobrissem
Na brumosa cordilheira do Jarau.

João Simões Lopes Neto nos descreve,
Com seu estilo de poeta e escritor,
A lenda do Jarau em todo o esplendor,
Mas ir além ninguém jamais se atreve.

Se não vos faltar sagacidade,
Ó leitores de paciência magistral!
Armai-vos dessa força de vontade
E achareis a Pedra ... Filosofal.

Mas não a procureis no exterior
Pois não é isso que vos digo aqui:
Procurai-a em vosso interior
Sem precisardes viajar a Quaraí.

Luciano Machado
Do seu livro A PEDRA FILOSOFAL.