sábado, 28 de junho de 2008

A PEDRA FILOSOFAL poema

A PEDRA FILOSOFAL

Dos mistérios, o mais apaixonante,
De quantos mistérios nos seduzem,
E que a desvendá-los nos conduzem,
Tratemos doravante.

Dizem os sábios com muita propriedade
Que nessa pedra reside o poder
De um metal vil em ouro converter
E a isso chamam de transmutabilidade.

Versados na ciência da alquimia
Os precursores da química moderna
Se outorgaram a condição paterna
Das pesquisas nessa área hoje em dia.

Se é possível transmutar o chumbo em ouro,
Qual o processo ou tecnologia?
Como podemos concebê-lo sem magia,
Tal se crê tenha feito o povo mouro ...

Supõe a lenda que essa gente pretendia,
Conforme constatou um certo Blau ,
Do seu poder implantar a hegemonia
Nas profundezas do Cerro do Jarau.

Contam “causos” antigos moradores
Do município de Quaraí
De uma vertente de tintas multicores ...
E de uma salamandra com cabeça de rubi.

Tal Salamandra diz a lenda que seria
Bela princesa moura encantada
Em uma salamandra transformada
Porque a inquisição a perseguia.

Que, oriundos da Península Ibérica,
Os mouros deixaram Gibraltar,
Empreenderam longa viagem pelo mar
E vieram aportar ao sul da América.

Quis o destino que o mar os conduzisse
E as estrelas guiassem sua nau,
E um refúgio seguro descobrissem
Na brumosa cordilheira do Jarau.

João Simões Lopes Neto nos descreve,
Com seu estilo de poeta e escritor,
A lenda do Jarau em todo o esplendor,
Mas ir além ninguém jamais se atreve.

Se não vos faltar sagacidade,
Ó leitores de paciência magistral!
Armai-vos dessa força de vontade
E achareis a Pedra ... Filosofal.

Mas não a procureis no exterior
Pois não é isso que vos digo aqui:
Procurai-a em vosso interior
Sem precisardes viajar a Quaraí.

Luciano Machado
Do seu livro A PEDRA FILOSOFAL.




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