segunda-feira, 25 de março de 2013


A DROGA VENENOSA E RADIOATIVA

Tudo começou  no século dezesseis, quando Jean Nicot, um diplomata europeu,  presenteou a rainha Catarina de Médici , que sofria de dores de cabeça, com algumas sementes de uma planta americana, dizendo que a aspiração da essência da  referida  planta iria  curar a sua enxaqueca.
A rainha nunca se curou.  Mas  ficou viciada em aspirar a essência  daquela planta, originária da América,   mais tarde batizada  por um botânico francês  com o nome de  Nicotiana, de onde provém, entre outros alcalóides,  a  NICOTINA, uma das substâncias mais nocivas que existe, não apenas pelos danos que causa ao organismo carregada através da corrente sanguínea às células e aos órgãos e pelas  vias respiratórias  ao pulmão, como também pelo cheiro insuportável de nicotina e alcatrão  que exalam os fumantes pela boca, pelo nariz, pelo suor, e que também lhes fica impregnado na roupa, na pele e nos cabelos, pois aqueles que fumam, mesmo depois de tomarem  o seu  banho diário e lavarem  a cabeça, continuam exalando aquele cheiro nauseabundo pelos poros, pelo nariz e pela boca.
Depois de ter sido introduzido na França, o vício de aspirar  o  tabaco, inicialmente em forma de rapé, apenas inalando o pó da planta, com o tempo se espalhou pela Europa e pelo resto do mundo no hábito de fumar ou aspirar a fumaça, sendo o fumo  hoje  usado em larga  escala    para abastecer o fornilho dos cachimbos, fabricar  charutos e servir de recheio para  cigarros e cigarrilhas. 
A planta (nicotiana)  e seu principal alcalóide  (nicotina) derivam do nome daquele diplomata francês, que se chamava Jean Nicot, nascido em 1530 e morto em 1600, considerado o introdutor e o principal  responsável pela disseminação  do vício do tabaco na Europa e dali para resto do  mundo.
Quando eu trabalhava  como bancário numa pequena agência do BB às margens do Taquari, nossa agência   atendia cerca de trezentos  produtores de tabaco daquela região, e nenhum deles fumava, nem seus familiares ou parentes, porque conheciam  o venenoso e mortal  efeito da planta que cultivavam, não apenas pela  inalação  de seus alcalóides durante a colheita e o preparo do fumo, como também por ser considerada, mesmo ainda  no pé,  uma planta extremamente tóxica, da qual até os insetos e as pragas da lavoura  se afastavam sem pousar em suas folhas.
Além do alcatrão, da nicotina e de  outros alcalóides do tabaco, hoje se sabe que na fumaça do cigarro as pessoas inalam, misturado ao fumo  com iodo, arsênico e naftalina,  um elemento radioativo dos mais venenosos, o terrível  Polônio 210, cujos efeitos letais  para o organismo são devastadores.
Luciano Machado

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