A
DROGA VENENOSA E RADIOATIVA
Tudo começou no século dezesseis, quando Jean Nicot, um
diplomata europeu, presenteou a rainha
Catarina de Médici , que sofria de dores de cabeça, com algumas sementes de uma
planta americana, dizendo que a aspiração da essência da referida planta iria curar a sua enxaqueca.
A rainha nunca se curou. Mas ficou viciada em aspirar a essência daquela planta, originária da América, mais
tarde batizada por um botânico francês com o nome de
Nicotiana, de onde provém, entre outros alcalóides, a NICOTINA, uma das substâncias mais nocivas que
existe, não apenas pelos danos que causa ao organismo carregada através da
corrente sanguínea às células e aos órgãos e pelas vias respiratórias ao pulmão, como também pelo cheiro insuportável
de nicotina e alcatrão que exalam os
fumantes pela boca, pelo nariz, pelo suor, e que também lhes fica impregnado na
roupa, na pele e nos cabelos, pois aqueles que fumam, mesmo depois de tomarem o seu banho diário e lavarem a cabeça, continuam exalando aquele cheiro
nauseabundo pelos poros, pelo nariz e pela boca.
Depois de ter sido introduzido na
França, o vício de aspirar o tabaco, inicialmente em forma de rapé, apenas
inalando o pó da planta, com o tempo se espalhou pela Europa e pelo resto do
mundo no hábito de fumar ou aspirar a fumaça, sendo o fumo hoje usado em larga escala para
abastecer o fornilho dos cachimbos, fabricar
charutos e servir de recheio para
cigarros e cigarrilhas.
A planta (nicotiana) e seu principal alcalóide (nicotina) derivam do nome daquele diplomata
francês, que se chamava Jean Nicot, nascido em 1530 e morto em 1600,
considerado o introdutor e o principal responsável
pela disseminação do vício do tabaco na
Europa e dali para resto do mundo.
Quando eu trabalhava como bancário numa pequena agência do BB às
margens do Taquari, nossa agência atendia cerca de trezentos produtores de tabaco daquela região, e nenhum
deles fumava, nem seus familiares ou parentes, porque conheciam o venenoso e mortal efeito da planta que cultivavam, não apenas pela
inalação
de seus alcalóides durante a colheita e o preparo do fumo, como também
por ser considerada, mesmo ainda no pé, uma planta extremamente tóxica, da qual até os
insetos e as pragas da lavoura se afastavam
sem pousar em suas folhas.
Além do alcatrão, da nicotina e
de outros alcalóides do tabaco, hoje se
sabe que na fumaça do cigarro as pessoas inalam, misturado ao fumo com iodo, arsênico e naftalina, um elemento radioativo dos mais venenosos, o terrível Polônio 210, cujos efeitos letais para o organismo são devastadores.
Luciano Machado
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