quarta-feira, 5 de junho de 2013

NOSSO   IMORTAL  AMIGO  JOÃO   DAVID
Depois de uma trajetória que o transformou  num dos grandes expoentes da fotografia e do jornalismo santanense, deixou-nos  no final da tarde do  dia 20 de maio de 2013, o lendário  repórter fotográfico João David, ou João da Mata Bitencourt,  para reunir-se,  além dos umbrais desta vida, com outros companheiros seus  da velha guarda do periodismo local, entre eles Luis Carlos Vares,  o chargista  Lezcano, o  linotipista Juan Betuel  Pintos (Pintinho), o diagramador  Darci Tavares Santa Maria, o revisor Telmo José Luge Pinto, Riomar Trindade, Osmar Trindade, Nelson Basile, Roberto Arrieta, Galvão Marinho, Alberto Rodrigues e  Arlindo Coitinho;  e naturalmente daqueles que continuam vivos para testemunhar essa trajetória, como Martin Correa,   Elmar Bones, Kenny Braga, Danilo Ucha  e outros, com os quais, em diferentes épocas,   fez parte da equipe do jornal A Platéia, primeiro sob o comando do Jornalista  Toscano Barbosa , e  mais tarde,  durante a administração  da família Grisolia.
Sensível, humanitário e dono de um  generoso coração, João David era um amigo e protetor  das figuras populares de nossa fronteira  e  muito se preocupava com as pessoas carentes, denunciando através da fotografia e da reportagem a situação em que viviam homens, mulheres e crianças sem teto, abandonados  e dormindo ao relento.
Numa época em que não havia  integração entre os jornais do interior, o  jornal A Platéia era um  importante  órgão  regional e independente que circulava por toda a Fronteira Oeste  nas décadas  de 50/60, e  João David percorria de avião outras localidades  como Dom  Pedrito, Rosário, Quaraí  e Uruguaiana,  realizando seu trabalho fotográfico e de reportagem.
Mais tarde, na década de 70, juntamente com o  Arlindo Coitinho e o Alberto Rodrigues, percorria de ônibus e a pé os bairros e vilas de Santana do Livramento, procurando registrar  fotograficamente o drama social  e  as  condições  habitacionais  em que viviam os seus moradores.
Como repórter fotográfico, João David protagonizou arriscados episódios, entre os quais, segundo contava o seu colega e amigo Perrin, o de haver entrado, disfarçado de médico, numa residência, para fazer um registro fotográfico que ilustraria a manchete, em primeira mão, de uma tragédia local.
Considerado um astro da fotografia, em quaisquer circunstâncias era aguardado com grande expectativa  pelo público  junto ao local de um evento social, de um  acidente, de um sinistro ou de uma tragédia, para ser visto em  ação,  no desempenho  de sua atividade, visto que era o único repórter fotográfico  com equipamento especializado para determinados registros.
Meu amigo e do radialista Antonio Carlos Valente, estivemos na casa de seus familiares, sendo recebidos amavelmente por sua esposa, filhos e netos, que nos franquearam uma grande quantidade de fotografias e nos autorizaram a falar, na rádio ou no jornal, a seu respeito.   Ao seu filho, Professor João Anacleto,  à Dona Jacira e demais familiares, os  nossos agradecimentos pela acolhida que nos dispensaram em sua residência.
      João David se foi desta vida,  mas permanece  imortalizado na memória de seus entes queridos e de seus colegas e  amigos pelo legado do seu exemplo como figura humana  e pelo  grande acervo fotográfico que nos deixou,  e que merece ser resgatado,  para ser visto, lembrado e apreciado,  pelas atuais e futuras gerações.     /     Luciano Machado

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