NOSSO IMORTAL
AMIGO JOÃO DAVID
Depois de uma
trajetória que o transformou num dos
grandes expoentes da fotografia e do jornalismo santanense, deixou-nos no final da tarde do dia 20 de maio de 2013, o lendário repórter fotográfico João David, ou João da
Mata Bitencourt, para
reunir-se, além dos umbrais desta vida,
com outros companheiros seus da velha
guarda do periodismo local, entre eles Luis Carlos Vares, o chargista
Lezcano, o linotipista Juan
Betuel Pintos (Pintinho), o diagramador Darci Tavares Santa Maria, o revisor Telmo
José Luge Pinto, Riomar Trindade, Osmar Trindade, Nelson Basile, Roberto
Arrieta, Galvão Marinho, Alberto Rodrigues e
Arlindo Coitinho; e naturalmente
daqueles que continuam vivos para testemunhar essa trajetória, como Martin
Correa, Elmar Bones, Kenny Braga,
Danilo Ucha e outros, com os quais, em
diferentes épocas, fez parte da equipe
do jornal A Platéia, primeiro sob o comando do Jornalista Toscano Barbosa , e mais tarde,
durante a administração da
família Grisolia.
Sensível,
humanitário e dono de um generoso coração,
João David era um amigo e protetor das
figuras populares de nossa fronteira e muito se preocupava com as pessoas carentes,
denunciando através da fotografia e da reportagem a situação em que viviam
homens, mulheres e crianças sem teto, abandonados e dormindo ao relento.
Numa época em
que não havia integração entre os
jornais do interior, o jornal A Platéia
era um importante órgão
regional e independente que circulava por toda a Fronteira Oeste nas décadas
de 50/60, e João David percorria
de avião outras localidades como Dom Pedrito, Rosário, Quaraí e Uruguaiana, realizando seu trabalho fotográfico e de
reportagem.
Mais tarde,
na década de 70, juntamente com o Arlindo
Coitinho e o Alberto Rodrigues, percorria de ônibus e a pé os bairros e vilas
de Santana do Livramento, procurando registrar
fotograficamente o drama social e as
condições habitacionais em que viviam os seus moradores.
Como repórter
fotográfico, João David protagonizou arriscados episódios, entre os quais,
segundo contava o seu colega e amigo Perrin, o de haver entrado, disfarçado de
médico, numa residência, para fazer um registro fotográfico que ilustraria a
manchete, em primeira mão, de uma tragédia local.
Considerado
um astro da fotografia, em quaisquer circunstâncias era aguardado com grande
expectativa pelo público junto ao local de um evento social, de um acidente, de um sinistro ou de uma tragédia,
para ser visto em ação, no desempenho
de sua atividade, visto que era o único repórter fotográfico com equipamento especializado para
determinados registros.
Meu amigo e do
radialista Antonio Carlos Valente, estivemos na casa de seus familiares, sendo
recebidos amavelmente por sua esposa, filhos e netos, que nos franquearam uma
grande quantidade de fotografias e nos autorizaram a falar, na rádio ou no
jornal, a seu respeito. Ao seu filho,
Professor João Anacleto, à Dona Jacira e
demais familiares, os nossos
agradecimentos pela acolhida que nos dispensaram em sua residência.
João David se foi desta
vida, mas permanece imortalizado na memória de seus entes queridos
e de seus colegas e amigos pelo legado
do seu exemplo como figura humana e
pelo grande acervo fotográfico que nos
deixou, e que merece ser resgatado, para ser visto, lembrado e apreciado, pelas atuais e futuras gerações. /
Luciano Machado
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