João Carlos Pereira
Hoje às 14
horas acompanhei o sepultamento do meu amigo e irmão João Carlos Pereira, que
faleceu aos 70 anos de idade, completados no dia 8 de julho de 2014.
Conheci o
João Carlos na década de 60, quando ele morava com a sua mãe D. Clementina, e
suas tias, ali na Rua Silveira Martins, na esquina com a Brigadeiro Canabarro,
onde sua mãe trabalhava com instituto de beleza.
Já naquela
época o João Carlos tinha uma excelente biblioteca e possuía um espírito
estudioso e investigativo em todas as áreas do conhecimento. Um de seus entretenimentos paralelos ao
estudo, naquele tempo, era fazer galenas (um protótipo de rádio receptor) e
instrumentos de observação, como binóculos, lunetas, etc.
Nessa época
também se interessava por hipnose e por experimentos de telepatia. Até que sua mãe, dona Clementina, lhe
arranjou um emprego de auxiliar de escritório na gerência da empresa Swift
Armour, onde ele passou a trabalhar.
Mas
paralelamente continuou seus estudos como autodidata e com sua inventividade. E lá um dia, ingressou na AMORC – Antiga e
Mística Ordem Rosa Cruz, sendo um dos fundadores do Pronaos da Ordem em
Livramento, que funcionava numa sala anexa à Loja Maçônica Caridade Santanense.
Em 1968 o
João Carlos me convidou para ingressar também na Amorc, mas, aos vinte anos, eu
queria mais era passear e namorar.
Com sua
mentalidade mais voltada para o estudo e o espiritualismo, o João Carlos
insistia para que eu ingressasse também na Ordem, até que um dia apareceu lá em
casa com uma maquininha de escrever portátil da marca Olivetti e uma pasta com
papéis de carta em branco.
-- Hoje tu
não me escapa – disse ele. Eu vou
datilografar uma carta solicitando o teu ingresso na Amorc e tu vais assinar.
E assim,
por insistência do João Carlos, ingressei também na Ordem Rosacruz.
O João
Carlos, depois de trabalhar na Swift Armour, foi embora para Porto Alegre e lá
se transformou num grande vendedor da Enciclopédia Barsa, onde recebeu vários
prêmios como campeão de vendas, passando inclusive a chefiar equipes.
Porém nesse
tempo a sua mãe adoeceu e ele teve que retornar para Livramento, desligando-se
da empresa, e vindo a ser meu colega na empresa comercial Cademartori, como
auxiliar de escritório, onde trabalhamos juntos até 1979, quando saí para
ingressar como funcionário do Banco do Brasil.
De lá para
cá o João Carlos casou, teve um casal de filhos, e trabalhou por algum tempo
com o nosso amigo Júlio Reinecken, que acabava de se instalar em Livramento com
escritório comercial de vendas e que, por seu intermédio, também ingressou na
Ordem Rosacruz.
O João Carlos já estava aposentado, quando veio
a sofrer de um mal súbito que o deixou
com o braço e a perna esquerda paralisados.
E depois de ficar internado por algum tempo na Casa de Saúde, eu e o
amigo Antonio Carlos Valente, conseguimos, junto ao Dr. Ney Almeida, a sua
internação no Asilo Mario Motta, onde permaneceu por um longo tempo sob os
cuidados daquela benemérita instituição, vindo a falecer no dia de ontem,
23.07.2014.
O João
Carlos deixa um casal de filhos, e como legado a seus amigos, uma porção de
ensinamentos.
Que Deus o
tenha, como um de seus auxiliares espirituais, no grande esquema cósmico
universal.
Luciano
Machado