domingo, 22 de junho de 2014

O MAGO ALEYSTER CROWLEY


            Três nomes de origens distintas são hoje, para o bem ou para o mal, as figuras mais controvertidas na área do ocultismo: Saint Germain, Alexandre Cagliostro e Aleyster Crowley.

            Os três aparecem sob pseudônimos como personagens do meu livro O Elixir dos Magos.         

            Sobre os dois primeiros já falei em crônicas anteriores.

            Resta dizer algo sobre o terceiro: Aleyster Crowley, ou Edward Alexander Crowley, nascido na Inglaterra em 1875 e falecido em 1947.

            Aleyster deu muito que falar durante a sua vida e mesmo depois de sua morte.

            De origem abastada, filho de um rico fabricante de cerveja, quando seu pai morreu, foi adotado por um tio com menos posses do que o seu pai.

            Mas Aleyster forjou a sua própria educação concorrendo com os filhos da aristocracia a um lugar no seio de uma das melhores escolas inglesas, o Trinity College, universidade de Dublin, onde, na época, era comum anotarem nos fichários ao lado do nome de cada aluno não pertencente à nobreza em vigor  a expressão latina: “No est  nobilitate”.

            Da abreviatura dessa expressão se originou a palavra SNOB ou ESNOBE, tão comum em nossos dias para designar o exibicionismo de quem tenta aparentar o que não é, o  adulão, o puxa-saco, ou seja, aquele indivíduo de condição inferior que se ufana ou se vangloria de ser parente, amigo ou conhecido de alguma celebridade ou tenta se aproveitar, para tirar vantagem, do nome de alguém que esteja em evidência por seu status econômico e social.
           
            Mas não era este o caso de Aleyster Crowley.  E foi graças à sua inteligência, ao seu talento e esforço pessoal nos estudos, em que sempre se destacou, e não ao dinheiro de seu pai ou de seu tio, que sozinho abriu caminho para se tornar rico e famoso, e um dos nomes mais respeitados do seu tempo no campo metafísico e intelectual.

            Ainda jovem, resolveu dedicar-se ao esporte do alpinismo, à magia e ao ocultismo e a viajar pelo mundo, divulgando seus ensinamentos e se transformando num mestre internacionalmente conhecido e num guru para muita gente, ou num “bruxo” para seus adversários ou inimigos.

            Nesta condição, e também como Grão Mestre da Ordem Templária do Oriente, conviveu com outras grandes figuras do seu tempo que também se dedicavam às ciências ocultas entre os quais o filósofo e educador austríaco Rudolf Steiner (pai da Antroposofia e criador do sistema de pedagogia Waldorf); Krumm Heller, médico e fundador da Fraternitas Rosacruciana Antiqua; o fiósofo e alquimista Harvey Spencer Lewis, fundador e primeiro imperator da AMORC, Antiga e Mística Ordem Rosa Cruz; o médico, escritor e teosofista rosacruz alemão Franz Hartmann; Gerald Gardner, fundador da ordem neopagã Wicca, e o poeta português Fernando Pessoa, de quem era amigo pessoal e “irmão” na ordem “Golden Daun” (Aurora Dourada). 

            Um episódio curioso aconteceu após uma visita de Aleyster Crowley ao poeta Fernando Pessoa, em 1929. Após este encontro, Aleyster Crowley desapareceu misteriosamente (dizem as más línguas que para se livrar das amantes e dos credores ...) e por muito tempo ninguém soube do seu paradeiro. Deram-no por morto e o próprio Fernando Pessoa testemunhou esse fato.

            Mas reapareceu após a morte de Fernando Pessoa, declarando que estivera no Tibet, estudando em mosteiros e escalando  alguns dos montes do Himalaia, atividade a que já se houvera dedicado quando mais jovem, entre 1900 e 1905.

            Crowley teve muitos admiradores e discípulos de sua doutrina, entre os quais, para citar dois brasileiros conhecidos, o músico e compositor Raul Seixas e o escritor Paulo Coelho.


            Luciano Machado        

           

            

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